Conheça algumas doenças que afetam a sua audição
A perda auditiva pode ser causada por vários fatores, sendo os mais comuns o envelhecimento e a exposição constante a ruídos muito altos. Mas existem algumas doenças que não estão relacionadas à saúde auditiva e podem causar problemas auditivos.
Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa grave causada pelo morbilivírus do sarampo. As crianças são o principal alvo do vírus, por isso é importante levar a sério as recomendações de vacinação.
De acordo com um estudo feito pelo Ministério da Saúde, uma em cada dez crianças que contraem sarampo desenvolve otite média, uma infecção no ouvido que pode piorar e causar perda auditiva parcial ou total.
Esta infecção pode se manifestar como sintoma de sarampo ou como consequência dela. Portanto, embora a otite média do sarampo seja mais comum em crianças, ela também pode afetar adultos.
Além dessa infecção de ouvido, o sarampo pode causar otosclerose, uma doença predominantemente genética que afeta os ossos pequenos do ouvido médio. É caracterizada pelo crescimento anormal do tecido ósseo, o que impede os ossos de vibrarem adequadamente e, portanto, interfere na condução das ondas sonoras no sistema nervoso.
A ligação exata entre sarampo e otosclerose ainda é desconhecida, mas estudos epidemiológicos mostram uma diminuição significativa na incidência após a introdução de uma vacina contra o vírus. Aliás, casos esporádicos (não genéticos) de otosclerose estão associados a pessoas que contraíram sarampo.
Rubéola
A rubéola é uma doença infecciosa contagiosa causada pelo togavírus. Hoje se sabe que a rubéola é uma doença benigna que, em casos raros, apresenta complicações e consequências. Uma pessoa pode até pegar o vírus, mas não apresenta sintomas.
No entanto, o maior perigo reside na possibilidade de infecção em mulheres grávidas. Quando transmitida de mãe para filho de forma congênita, ou seja, antes do nascimento, a patologia torna-se grave.
Isso porque o vírus da rubéola é teratogênico, o que significa que pode causar alterações nos tecidos em crescimento, inclusive no sistema auditivo do feto.
Portanto, o vírus da rubéola é mais perigoso nas primeiras semanas de gravidez, quando o feto ainda está na fase de formação. Nesses casos, o bebê pode nascer com algum grau de perda auditiva ou até mesmo com surdez total.
Portanto, é extremamente importante que as mulheres que desejam engravidar façam o teste para ter certeza de que estão livres do vírus, mesmo em estado latente.
Sífilis
Como a rubéola, a sífilis pode se manifestar como um distúrbio congênito e causar uma série de consequências no feto, incluindo perda auditiva.
Segundo estudo publicado pela Revista Médica de Minas Gerais, a prevalência de perda auditiva neurossensorial na sífilis congênita é de 25 a 38%. Nestes casos, a perda auditiva é irreversível e pode ocorrer de forma repentina, gradual, unilateral ou bilateral.
A perda auditiva devido à sífilis congênita também pode ocorrer mais tarde, por volta dos dois anos de idade. Portanto, é muito importante agendar o acompanhamento audiológico dessas crianças.
Meningite
A inflamação das meninges, as membranas do tecido conjuntivo que revestem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por vírus e bactérias. A meningite viral geralmente é mais branda, enquanto a meningite bacteriana pode ter consequências graves.
A perda de audição pode ocorrer porque o caracol pode ser diretamente danificado pela bactéria que causa a meningite e as toxinas que ela produz.
Outras possibilidades menos comuns são a reação do próprio corpo às bactérias, ou mesmo a ação de medicamentos usados para tratar uma doença.
No Brasil, a meningite ainda é uma causa comum de surdez profunda em crianças. Uma deficiência devido à meningite pode ocorrer repentina ou gradualmente. No segundo caso, danos ao aparelho auditivo podem ocorrer até seis meses após o término do tratamento da doença. Portanto, você deve monitorar sua audição de perto, mesmo após o tratamento da meningite.
Diabetes
Uma pesquisa de 2013 no Japão publicada pelo jornal americano The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism descobriu que as pessoas com diabetes têm mais probabilidade de ter problemas de audição do que as populações não diabéticas.
A diabete é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de açúcar no sangue. Isso ocorre porque o corpo não produz insulina suficiente para metabolizar totalmente a concentração de açúcar.
A ligação entre diabetes e perda auditiva é que o excesso de açúcar na corrente sanguínea pode aumentar a viscosidade do plasma e bloquear ou danificar os vasos sanguíneos.
Qualquer uma dessas alterações pode causar complicações em órgãos que dependem do suprimento de sangue. Especificamente os pequenos órgãos que se alimentam de vasos extremamente finos, como o sistema auditivo do corpo humano.
Sem irrigação adequada, o sistema auditivo é prejudicado e as células ciliadas responsáveis por converter a vibração das ondas sonoras em sinais elétricos morrem.
Cuide da sua audição
De tudo o que foi discutido aqui, fica claro que o cuidado com a audição tem que ir além dos ouvidos! Se você tiver sintomas de alguma dessas doenças, consulte um especialista e cuide de você!
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