Como preparar o solo na agricultura orgânica?
O objetivo do preparo do solo é proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento das plantas, que consistem na formação de uma estrutura favorável ao crescimento radicular, à disponibilidade de ar e água, à atividade de microrganismos e à adição de substâncias orgânicas, corretivas e nutrientes.
A agricultura ecológica e orgânica utiliza um sistema de mecanização da conservação, cujo objetivo é evitar a excessiva mobilização e compactação do solo e melhorar a relação solo, ar e plantas. Não toleram o preparo e o cultivo até o declive mais acentuado do terreno, pois isso acelera o processo de erosão do solo.
Defende o Sistema de Lavoura Reduzida ou Não Lavoura para manter as condições físicas, químicas e biológicas do solo e agregar elementos que melhoram suas características e produtividade.
Eles tentam deixar o máximo de cobertura morta possível para proteger o solo das gotas de chuva, aumentar o período de umidade, promover o desenvolvimento de microrganismos e evitar flutuações de temperatura.
Temporada de preparo do solo
A colocação de culturas orgânicas é a ocasião ideal para ajustar os fatores que limitam o desenvolvimento das plantas, sejam eles físicos (compactação, drenagem, etc.) ou químicos (necessidade de macro e micronutrientes).
É imperativo considerar as condições locais para começar o preparo do solo, levando em consideração os fatores: estação, declive, composição e umidade do solo, safras anteriores, condições de drenagem, animais e presença de compactação. Não comece a preparação do solo com umidade excessiva ou solo seco para evitar aglomeração.
Descompactação
Inclui medidas para quebrar camadas densas de solo em casos de compactação profunda.
Mobilização do solo
Proporciona permeabilidade da camada superficial do solo sem afetar sua estrutura, permitindo a penetração de raízes, ar e água. Como regra, as camadas individuais do solo não devem virar ou se misturar. Em alguns casos, como camadas superficiais com excesso de fosfatos ou fertilizantes potássicos, é interessante misturar os primeiros 10-20 cm a 30-40 cm para melhor diluir e distribuir os nutrientes.
Incorporação
Consiste na adição de resíduos vegetais, adubos verdes, fertilizantes e calcário ao solo. O enchimento de substâncias orgânicas deve ser superficial, até 8 cm de profundidade.Em solos com alumínio tóxico na camada subsuperficial, o embebimento de calcário ou outros agentes medicinais deve ser o mais profundo possível, principalmente para raízes que atingem maior profundidade.
Destorroamento
Ao limpar com alfaias, utilizando, por exemplo, uma grade leve, procure deixar o solo livre de caroços ou grânulos grandes que possam prejudicar a semeadura e o plantio. Sem pulverizar os torrões, o objetivo é garantir um bom contato entre o solo e a semente.
Controle de ervas daninhas invasoras
Consiste em tratar ou destruir brotos, sementes e ervas venenosas com grade de luz, máquinas de impregnação e grade de dentes (10 cm). O objetivo é plantar sem mudas invasivas para que as plantas principais possam germinar primeiro e se desenvolver com lucro. O manejo orgânico do solo permite reduzir gradualmente as ervas daninhas prejudiciais.
Nivelamento
Trata-se de uma operação de preparo do solo, geralmente realizada com grade niveladora, que visa deixar o solo pronto para o uso da semeadora. O aspecto do terreno deve ser uniforme, bem nivelado e isento de irregularidades pronunciadas.
Atenção: A queima de resíduos da colheita por muitos agricultores para facilitar a mecanização é uma prática condenada pelos agroecologistas. Pobreza do solo porque reduz a matéria orgânica, reduz os microrganismos e deixa o solo exposto à erosão e às altas temperaturas.